
Deidades de Goura-Gadadhara de Srila Bhaktivinoda Thakur
Sri Srimad Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja
Alachua, Flórida
Gadadhara Pandita perguntou a Caitanya Mahaprabhu:
“Existe algum mahabhagavata em Navadvipa? Quero conhecê-lo.”
Mahaprabhu disse a Mukunda:
“Você deve levá-lo até Pundarika Vidyanidhi.”
Mukunda o levou até lá. Ao chegar, Gadadhara Pandita viu o luxo de Pundarika Vidyanidhi — semelhante ao de um rei — e perdeu a fé.
Quando retornou, Mahaprabhu lhe perguntou:
“Você viu aquele mahabhagavata?”
Gadadhara Pandita respondeu:
“Não pude reconhecê-lo como um mahabhagavata.”
Então Mahaprabhu instruiu Mukunda:
“Recite um poema do Śrīmad-Bhāgavatam a Pundarika Vidyanidhi.”
Assim, Gadadhara Pandita e Mukunda foram novamente encontrar Pundarika Vidyanidhi, que estava reclinado em seu leito, com o cabelo untado, trajando roupas ricas e perfume, e tinha à beira um cuspidor real e um narguilé.
Mukunda Dasa recitou este śloka:
aho baki yam stana-kala-kutam
jighāmsāyapayāyad apy asadhvī
lebhe gatim dhātry-ucitam tato ’nyam
kaṁ va dayāluṁ śaraṇaṁ vrajema
(Śrīmad-Bhāgavatam 3.2.23)
“Quão espantoso! Quando Puṭanā, a perversa irmã de Bakāsura, tentou matar o menino Kṛṣṇa oferecendo-lhe veneno em seu seio, Ele a presenteou com a posição de sua ama de leite. Poderia haver um refúgio tão misericordioso quanto o do Senhor Kṛṣṇa?”
Ao ouvir este śloka, Pundarika Vidyanidhi caiu do leito, rolou no chão e ficou inconsciente, tomado por êxtase diante de Kṛṣṇa — seus ornamentos se espalharam e o cabelo se desfez.
Gadadhara Pandita pensou:
“Mahaprabhu realmente me enviou a um mahabhagavata!”
Prostrou-se aos pés de lótus de Pundarika Vidyanidhi e retornou a Mahaprabhu.
Mahaprabhu perguntou:
“Você encontrou um mahabhagavata de alto nível?”
Gadadhara Pandita respondeu:
“Ao vê-lo pela primeira vez, duvidei por causa de sua ostentação. Mas agora minha dúvida se foi. Ofendi-me aos pés de lótus de um mahabhagavata. Que penitência posso realizar?”
Mahaprabhu disse:
“Vá e receba dele o mantra-dīkṣā.”
Gadadhara Pandita foi e recebeu o gopāla-mantra de Pundarika Vidyanidhi.
Gadadhara Pandita era amigo de infância de Caitanya Mahaprabhu. Cresceram estudando juntos sob Gangādāsa Pandita, ao lado de Murāri Gupta, Jagadananda e outros. Naquela época, Mahaprabhu discorria sobre o nyāya (lógica), deixando Gadadhara Pandita frequentemente perplexo. Quando Nimai Pandita passeava pelas ruas, Gadadhara ao avistá-lo pensava, “Lá vêm Nimai Pandita” e desviava para o outro lado da rua para não cruzar com Ele. Mas de algum modo, Mahaprabhu sempre o alcançava.
Após os estudos, Nimai Pandita foi a Gayā. Ao voltar, tornou-se bhāvuka (pleno de emoção espiritual) e declarou aos alunos da escola de sânscrito:
“Não posso mais ensiná-los. Guardem os livros e iniciemos o kīrtana.”
Gadadhara Pandita juntou-se ao kīrtana desde então.
Quem é Gadadhara Pandita?
Ele é Srīmatī Rādhārāṇī em forma masculina, vindo para ajudar Mahaprabhu a manifestar os três humores de Rādhikā. De tempos em tempos, ele ajudava Mahaprabhu a experimentar esses estados.
Quando Nityānanda Prabhu foi à casa de Nandana Ācārya em Navadvipa, Gadadhara acompanhou Mahaprabhu, Śrīvāsa Pandita, Mukunda e outros. Ao se encontrarem, Mahaprabhu e Nityānanda ficaram tomados de amor divino e desmaiaram no abraço. Então Gadadhara cantou:
barhapidam nata-vara-vapuh karnayoh karnikaram
bibhrad vasah kanaka-kapisam vaijayantim ca malam
randhran venor adhara-sudhayapurayan gopa-vrndair
vrndaranyam sva-pada ramanam pravisad gita-kirtih
(Śrīmad-Bhāgavatam 10.21.5)
“(Dentro de seus corações, as jovens de Vraja viam que) Śrī Kṛṣṇa adentrava a encantadora floresta de Vṛndāvana acompanhado de seus amigos pastores. Uma pena de pavão enfeitava sua cabeça, flores de karnikara repousavam em suas orelhas, vestia um traje dourado, e uma guirlanda de cinco tipos de flores silvestres enfeitava seu pescoço até os joelhos. Ele parecia o melhor dos dançarinos, encenando uma dança divina. Tocava sua flauta com o néctar de seus lábios, enquanto os pastores cantavam suas glórias, purificam o mundo inteiro. Assim, a floresta de Vṛndāvana, que é mais charmosa que o reino divino de Vaikuntha, se tornou ainda mais esplêndida pelas pegadas de seus pés de lótus, marcados com símbolos auspiciosos como concha e disco.”
Ao ouvirem, Mahaprabhu e Nityānanda se alegraram imensamente e começaram a dançar.
Gadadhara Pandita também inspecionava Sacinandana Gaurahari, certificando-se de que Ele representasse corretamente Rādhikā; se algo destoasse, corrigia-O instantaneamente.
Quando Mahaprabhu retornou de Gayā à casa de Śrīvāsa, Gadadhara, oculto atrás de uma cortina, recitou o mesmo śloka — e Mahaprabhu soube então intensificar ainda mais seu sentimento devocional.
A Decisão pelo Saṅnyāsa
Mahaprabhu confidenciou a cinco escolhidos:
“Quero aceitar saṅnyāsa. Hoje abandonarei lar, mãe, esposa e tudo.”
Revelou isso a Nityānanda Prabhu, Gadadhara Pandita, Mukunda, Candrasekhara Ācārya e Jagadananda. Sua mãe ficou sabendo por eles.
Quando Mahaprabhu chegou em Katwa, para a cerimônia de saṅnyāsa, esses cinco estavam lá. Candrasekhara custeou todas as despesas da cerimônia de tridandi sannyasa mahotsava. Ele era esposo da irmã de Sacimatā, portanto muito mais velho. Ele era muito querido e próximo de Mahaprabhu. Nessa cerimônia, quando o barbeiro quis raspar a cabeça de Mahaprabhu, Gadadhara chorou.
Depois, Mahaprabhu quis ir a Vṛndāvana, mas Nityānanda armou uma brincadeira: instruiu um jovem pastor que quando Nimai Pandit viesse e perguntasse o caminho para Vrindavan, ele deveria dizer que o Yamunā estava logo ali. Então Nityananda ia levá-lo para Advaita Ācārya. Mahaprabhu, pensava que estava indo para Vrindavan e em êxtase (bhāva-āveśa), cantava:
kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! he!
kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! he!
kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! rakṣa mam!
kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! kṛṣṇa! pahi mam!
rama! raghava! rama! raghava! rama! raghava! rakṣa mam!
kṛṣṇa! keśava! kṛṣṇa! keśava kṛṣṇa! keśava! pahi mam!
“Ó Krishna! Onde está você? Sem você meu coração está partido.”
Dessa maneira Mahaprabhu caminhava. Quando avistou meninos pastoreando vacas, perguntou:
“Qual caminho leva a Vṛndāvana?”
Responderam:
“Você está muito perto; o Yamunā corre aqui.”
Ao banhar-se “no Yamunā”, viu Advaita Ācārya num barco. Ele pensou:
“Isto é Śāntipura, e não Vṛndāvana! É o Ganges, não Yamunā.”
Então Nityānanda disse:
“Prabhu, este é de fato Vṛndāvana: o Yamunā está ao oeste e o Ganges ao leste. Não se preocupe.”
Advaita Ācārya se aproximou Dele e convidou-O “Por favor, venha a minha casa”.Nityananda Prabhu e outros foram lá, mas no caminho Nityananda foi a Saci Mata em Mayapur e disse “Nimai Pandita veio a Shantipur depois de receber sannyasa. Eu trouxe ele lá somente para você.”
Ouvindo isso, toda a Navadvipa, milhares de pessoas, chegaram em Shantipur de muitas formas, alguns nadando, outros fazendo barcos de folhas de bananeira e de alguma maneira, todos eles cruzaram o Ganges e foram até a casa de Advaita Acharya. Gadadhara Pandita também estava lá.
Saci Mata disse, “Advaita Acharya Prabhu, enquanto meu filho estiver aqui, por favor me permita cozinhar pra Ele e alimentá-Lo.
Mahaprabhu, disse a ela:
“Estou sendo tolo. Eu errei. Você é idosa, meu pai partiu desse mundo e eu tomei saṅnyāsa e não há quem cuide de você. Se desejar, posso renunciar ao saṅnyāsa e voltar à vida doméstica.”
Saci Maiya era muito religiosa e respondeu:
“Não quero isso. Você aceitou a ordem de saṅnyāsa, portanto não posso pedir para abandonar. Apenas peço: não vá longe para Vṛndāvana. Vá a Jagannātha Purī. Muitas pessoas irão lá ouvirei falar de Ti e, às vezes, poderás vir aqui.”
Sripad Madhava Maharaja: O senhor nos disse anteriormente que, se Mahaprabhu fosse para Vrndavana, devido à grandeza de sua influência, Ele esqueceria Seu humor como Radhika e retornaria à Sua auto identificação como Krsna. Então Ele não conseguiria cumprir Seus três desejos, pelos quais veio a este mundo:
1 – entender a grandeza do amor de Radha, que o enlouquece;
2 – o que há Nele que somente Ela saboreia no mais alto grau;
3 – e a exaltação da felicidade Dela em seu relacionamento amoroso, que é milhares de vezes maior do que a Dele.
Por isso, Ele inspirou Yogamaya a falar através de Saci-mata: “Oh, minha mãe me ordenou a permanecer em Puri. Então, o que posso fazer?” Assim, Ele poderia dizer ao mundo que Se manifestará como Krsna.
Srila Narayana Gosvami Maharaja: Gadadhara Pandita foi para Puri com Caitanya Mahaprabhu.
Mahaprabhu começou a viver na Gambhira, e Gadadhara Pandita em Tota Gopinatha. Qual é o significado de Tota Gopinatha? Tota significa jardim (na língua oriya) — jardim de Gopinatha. Muitos árvores e uma bela paisagem estão lá. E também está lá Cataka Parvata. Mahaprabhu costumava ver isso e se lembrar de Govardhana. Muitas árvores de figueira (vatsa) faziam Mahaprabhu pensar que aquilo era Vamsi-vata. Então, ali perto, em Tota Gopinatha, Gadadhara Pandita costumava viver.
Caitanya Mahaprabhu costumava ir lá para ouvir o Srimad-Bhagavatam de Gadadhara Pandita. Gadadhara Pandita era um recitador de Srimad-Bhagavatam muito, muito doce, que conseguia recitar em uma linguagem e melodia tão doces que todos eram atraídos. Assim, Mahaprabhu costumava ir ouvir o Srimad-Bhagavatam de sua boca.
Um dia, Mahaprabhu lhe disse: “Quero te dar um presente muito, muito precioso. Você quer recebê-lo?”
Gadadhara Pandita respondeu: “Sim, certamente quero recebê-lo.”
Mahaprabhu disse: “Cave neste local.”
Quando Gadadhara Pandita estava cavando na areia, ele viu ali a bela forma de Gopinatha; a Deidade de Gopinatha apareceu.
Mahaprabhu disse: “Pegue esta Deidade e a adore aqui.”
Então Gadadhara Pandita construiu uma cabana e colocou Gopinatha ali.
Na Índia, vemos muitas deidades de Krsna, mas todas estão de pé. Somente Gopinatha está sentado.
Se você vê-Lo vestido, pensará que Ele está de pé, mas se remover um pouco das roupas, verá que Ele está sentado. Ele era muito alto e, na verdade, estava de pé anteriormente. Após Mahaprabhu deixar este mundo, Gadadhara Pandita já não conseguia alcançar para colocar a guirlanda em Seu pescoço. Então, a partir de então, Gopinatha sentou-se para aceitar a guirlanda de Gadadhara Pandita.
Um dia, Nityananda Prabhu veio de Bengala. Ele trouxe muitos tecidos e também um arroz muito perfumado, e os ofereceu a Radha Gopinatha. Ele disse a Gadadhara Pandita: “Por favor, cozinhe este arroz junto com algumas folhas de tamarindo e também espinafre do jardim.”
Gadadhara Pandita colheu um pouco de espinafre, trouxe folhas de tamarindo e preparou um prato muito bonito, saboroso, doce e azedo. Ele ofereceu isso a Gopinatha e deu a Nityananda Prabhu, dizendo: “Vamos honrar a prasada.”
Pouco antes de começarem a honrar a prasada, Caitanya Mahaprabhu chegou e disse: “Oh, vocês têm tanto amor e afeição apenas por Nityananda e não por Mim? Quão saborosas são essas coisas que vocês estão dando a Nityananda e não a Mim.”
Então eles dividiram a prasada em três partes — um prato para Nityananda Prabhu, um prato para Mahaprabhu e um prato para Gadadhara Pandita. Depois, eles muito felizes honraram aquela mahaprasada.
Um dia, Caitanya Mahaprabhu veio e estava ouvindo o Bhagavata. Ao ouvir o Bhagavata, Ele ficou louco de amor por Krsna. Muitos sintomas extáticos se manifestaram em Seu corpo. Ele correu para dentro do templo de Gopinatha e não voltou mais de lá. Gadadhara Pandita procurou por Ele: “Onde Mahaprabhu foi? Onde Mahaprabhu foi?” Mas Mahaprabhu havia se fundido em Gopinatha, e agora Gadadhara Pandita sentia uma imensa separação d’Ele.
Após um ano, Srinivasa Acarya veio de Bengala. Ele ouviu que Mahaprabhu havia desaparecido. De alguma forma, ele costumava ir tomar darshana de Svarupa Damodara, Raya Ramananda e Gadadhara Pandita. Mas quando ele chegou a Jagannatha Puri, ouviu que Svarupa Damodara também havia deixado este mundo, e também Gadadhara Prabhu. Então ele começou a chorar e retornou para Navadvipa, e de Navadvipa foi para Vrndavana, para a escola de Jiva Gosvami.
Gaura Premanande!
Pergunta: Por que este verso “aho baki yam” é tão especial? Vyāsadeva chamou Sukadeva Gosvami com esse verso, e Pundarika Vidyanidhi enlouqueceu.
Srila Narayana Gosvami Maharaja: Mesmo que Puṭanā arrancasse sangue de recém-nascidos com a intenção de matar Kṛṣṇa, Ele a agraciou com a forma de mãe [ama de leite]. Quão misericordioso é Kṛṣṇa! Nenhum śloka exalta tanto a misericórdia de Kṛṣṇa e portanto pode dar a misericórdia como Ele. Portanto em quem nós devemos se abrigar? Devemos buscar refúgio no misericordioso Kṛṣṇa. Isso é importante.
Para glorificar a beleza de Kṛṣṇa, recitam-se estes ślokas:
barhapidam nata-vara-vapuh karnayoh karnikaram
bibhrad vasah kanaka-kapisam vaijayantim ca malam
randhran venor adhara-sudhayapurayan gopa-vrndair
vrndaranyam sva-pada ramanam pravisad gita-kirtih
(Śrīmad-Bhāgavatam 10.21.5)
“(Dentro de seus corações, as jovens de Vraja viam que) Śrī Kṛṣṇa adentrava a encantadora floresta de Vṛndāvana acompanhado de seus amigos pastores. Uma pena de pavão enfeitava sua cabeça, flores de karnikara repousavam em suas orelhas, vestia um traje dourado, e uma guirlanda de cinco tipos de flores silvestres enfeitava seu pescoço até os joelhos. Ele parecia o melhor dos dançarinos, encenando uma dança divina. Tocava sua flauta com o néctar de seus lábios, enquanto os pastores cantavam suas glórias, purificam o mundo inteiro. Assim, a floresta de Vṛndāvana, que é mais charmosa que o reino divino de Vaikuntha, se tornou ainda mais esplêndida pelas pegadas de seus pés de lótus, marcados com símbolos auspiciosos como concha e disco.”
Oração de Brahmā:
naumiḍya te ’bhra-vapuṣe taḍid-ambaraya
gunjavtamsa-paripiccha-lasan-mukhaya
vanya-sraje kavala-vetra-viṣana-venu-
lakṣma-sriye mṛdu-pade pasupangajaya
(Śrīmad-Bhāgavatam 10.14.1)
“Ó Príncipe de Vraja, louvável para todo o mundo! Ó Nava-Ganashyama! Tua veste amarela abrilhanta Teus membros escuros tal comoum raio brilha a nuvem de chuva. Seus ouvidos estão decorados com ornamentos de guñja e sua cabeça com uma coroa de penas de pavão. Em seu pescoço, uma guirlanda de flores da floresta. Na sua mão, um bocado de arroz misturado com iogurte. Seus olhos tem o formato de uma pétala de lótus, e Sua aparencia com Sua flauta e chifre de bufalo, é extremamente bela. Teus pés de lótus, abrigo de Lakṣmī-devī, são suaves e cheio de afeição por Seus devotos. Com Seus suaves pés de lótus, você está sempre perambulando pelas florestas de Vṛndāvana, para desfrutar Seus passatempos prazerosos. Todas as glórias a Ti, que pastoreia as vacas e é filho de Nanda Maharaja! Por favor, aceite minhas reverências.”
As Yajñapatnīs viram a beleza de Krishna e recitaram esse sloka:
syamam hiranya-paridhim vanamalya-barha
dhatu-pravala-nata-vesam anuvratamse
vinyasta-hastam itarena dhunanam abjam
karnotpalalaka-kapola-mukhabja-hasam
(Śrīmad-Bhāgavatam 10.23.22)
“Ele tem a pele escura como uma nuvem de chuva fresca, e Sua roupa amarela, que ofusca o esplendor do ouro, brilha contra Seu corpo. Sua cabeça é adornada com uma pena de pavão, e cada parte de Seu corpo é ornamentada com desenhos feitos com minerais de várias cores. Ramos de folhas novas adornam Seu corpo, e ao redor de Seu pescoço está uma encantadora guirlanda de flores da floresta, de cinco cores. Vestido assim, Ele aparece como um dançarino jovem, fresco e habilidoso. Ele repousa uma mão sobre o ombro de Seu amigo e com a outra gira uma flor de lótus. Seus ouvidos são adornados com brincos (kunḍalas), cachos de cabelo encaracolado batem contra Suas bochechas, e Seu rosto de lótus floresce com um sorriso gentil.” (Srimad-Bhagavatam, 10.23.22)
o Senhor Brahma também falou sobre a beleza de Krishna no Brahma-Samhita (verso 31):
alola-candraka-lasad-vanamalya-vamsi-
ratnangadam pranaya-keli-kala-vilasam
syamam tri-bhaṅga-lalitam niyata-prakasam
govindam adi-puruṣam tam aham bhajami
“Eu adoro a personalidade original, Śri Govinda, ao redor do pescoço de quem uma guirlanda de flores da floresta e penas de pavão balançam suavemente, cujas mãos de lótus seguram uma flauta cativante, cujos braços são adornados com ornamentos de joias, que está sempre intensamente absorvido em passatempos amorosos íntimos, e cujo aspecto eterno e natural é Sua forma graciosa de Syamasundara, que se curva em três partes.”
venum kvanantam aravinda-dalayatakṣam
barhavatamsam asitambuda-sundarangam
kandarpa-koṭi-kamaniya-viseṣa-sobham
govindam adi-puruṣam tam aham bhajami
“Eu adoro a personalidade original, Sri Govinda, que está absorto em tocar sua flauta, cujos longos olhos se expandem e desabrocham como flores de lótus, cuja coroa é adornada com penas de pavão, e cuja coloração corporea é única, que se assemelha ao brilho de uma nuvem de chuva azul escura, e que confunde a mente de milhões de Cupidos.”
Jaya Sri Gadadhara Pandit ki jaya!
Jaya Sri Nityananda Prabhu ki jaya!
Jaya Sri Sri Caitanya Mahaprabhu ki jaya!
Tradução por Ramananda das (Felipe D´Aviz)